Procure
pensar em situações concretas, em especial as que vc vive no cotidiano. Em particular note a frase “não vejo o politicamente correto como o inimigo
a ser esmagado. Prefiro descrevê-lo como o efeito colateral de um movimento
civilizador, que foi a mobilização da sociedade para conter seus impulsos
racistas e sexistas”
Normalmente, quando se fala em “politicamente correto”, refere-se a
neutralização de uma linguagem ou discurso, evitando o uso de narrativas estereotipadas ou que possam
fazer referências as diversas formas de discriminação existentes, como o racismo,
o sexismo, a homofobia e etc. Em
contrapartida, existe a ideia do politicamente incorreto. Nesta perspectiva,
toda a precaução em evitar o uso de termos, por exemplo, que possam ofender
determinadas camadas ou grupos sociais, é considerada estúpida e totalmente
ignorada.
Os discursos politicamente incorretos são bastante comuns no
humor, que exploram assuntos considerados tabu pela sociedade, desconsiderando
princípios clássicos da moral, da ética e dos bons costumes.
Descubra
mais sobre o significado da Moral.
Um indivíduo politicamente correto obedece os padrões da ética e
da moral, convencionais em determinadas sociedades. É tido como um “cidadão
exemplo”.
O uso do título "politicamente correto" também pode
ser aplicado as ações das empresas que seguem padrões e exigências de cunho
social e ecológico.
O cuidado com questões relacionadas ao meio ambiente e ao
desenvolvimento sustentável, pode ser um exemplo de ação politicamente correta
de algumas companhias e instituições, sejam públicas ou privadas.
http://www.significados.com.br/politicamente-correto/
HÉLIO SCHWARTSMAN
Juventude carrancuda
Reportagem de Thais Bilenky publicada
no domingo mostrou que os professores de cursinhos pré-vestibulares estão
aposentando as piadinhas e comentários jocosos. O motivo é o clima PC
(politicamente correto) que se instalou em parte da juventude. Hoje, tiradas
que constituíam o feijão com arroz das aulas de cursinhos até alguns anos atrás
geram indignação e até protestos por parte de alunos.
Há duas questões interessantes aqui. A
primeira é prática. Cursinhos não haviam se tornado centros de produção de piadas
por abrigar comediantes frustrados que, por algum motivo, abraçaram o
magistério. Gozavam dessa condição porque chistes, além de manter desperto o
interesse do estudante estafado, são um excelente auxiliar da memória.
Uma forma razoavelmente eficaz de
reacessar um conteúdo cognitivo que já tenha sido aprendido é associá-lo a um
trocadilho infame ou qualquer outra bobagem. Professores de pré-vestibulares,
com graus variáveis de sucesso, tentavam explorar essa faceta de nossa
arquitetura cerebral em favor dos alunos. É claro que ninguém vai morrer se
ficar sem essa muleta mnemônica, mas receio que algo se perca com o banimento
das piadas de cursinho.
A outra questão diz respeito ao próprio
PC. Ao contrário de outros defensores do humor sem patrulhas, não vejo o
politicamente correto como o inimigo a ser esmagado. Prefiro descrevê-lo como o
efeito colateral de um movimento civilizador, que foi a mobilização da
sociedade para conter seus impulsos racistas e sexistas. É claro que o fato de
o PC ter uma origem bacana não elimina a necessidade de combater seus exageros.
Se há algo tão ruim quanto uma pilhéria
de gosto duvidoso, é perder a capacidade de rir das incongruências do mundo. A
diferença é que, enquanto a primeira tende a ser resolvida com o silêncio que
reservamos às piadas sem graça, a falta de humor priva a vida de seus sabores.
..................................................................
A TIRANIA DO
POLITICAMENTE CORRETO
Muito provavelmente, a maioria de nós já foi enganada pelo politicamente
correto. O termo é bonito, soa bem, parece polido, cheio de virtude, digno de
ser aprendido e posto em prática. Com o tempo, no entanto, aprendemos que se
trata de um embuste, mais uma daquelas novas expressões incluídas em nosso
vocabulário para confundir e dar aparência de virtuoso àquilo que é vil,
frívolo e indecoroso; roupagem fina para grosseria, ou um lobo em pele de
cordeiro. Trata-se, na verdade, da pior ditadura que pode vir a existir: aquela
em que os súditos se encarregam de subverter e subjugar os seus próprios comuns
ao jugo de um poder tirano.
Essa é a realidade da sociedade contemporânea. Quando conversamos,
dialogamos ou expressamos nossas ideias, fazemos o tempo todo como que pisando
em ovos. As pessoas tornaram-se extremamente sensíveis a qualquer objeção ou
ideia que venham a lhes desagradar. As palavras devem ser cuidadosamente
escolhidas, e é preciso ter certeza que ninguém se sentirá ofendido com o que
será dito.
O politicamente correto é a versão real da novilíngua,
idealizada pelo governo autoritário do livro de ficção “1984”, de George
Orwell. A novilíngua não nascia naturalmente como expressão da
cultura e acúmulo de conhecimento do povo, mas pela condensação e remoção dos
vocábulos e de seus significados, a fim de limitar o pensamento.
Simplesmente não pode estar no universo das pessoas algo que elas não têm
palavras para dar sentido pleno. Controlando, portanto, a linguagem, os
governantes controlavam os pensamentos e qualquer oposição que pudesse surgir
de novas ideias. Logo, não era preciso se preocupar em proibir a menção de
coisas, pessoas, ou situações. Bastava diminuir o escopo de construção racional
sobre elas.
Da mesma maneira, o politicamente correto quer sugerir verbetes que nos
imponham um pedido de autorização para falar sobre determinados assuntos,
tornando imoral o uso de sinônimos diversos. Começa-se com coisas simples,
aparentemente sem consequências importantes: o aleijado é deficiente físico; o cego
é deficiente visual; o relacionamento homossexual é homoafetivo; o viciado é
dependente químico, e assim por diante. Por mais que saibamos que existem
maneiras discretas de se referir a determinadas situações, tornamo-nos mal
educados e incorretos pelo simples fato de usar algumas palavras, que em si
nada têm de ofensivas, são apenas descritivas.
No entanto, o mais grave ocorre quando da emissão de opiniões, de ideias
ou da consciência. Expressar desacordo tornou-se discurso de ódio, e qualquer
parecer contrário aos interesses de um determinado grupo vira “fobia”. Ou seja,
opinião é criminalizada sem a necessidade de lei.
O uso constante do sufixo “fobia” é uma clara imposição da novílingua,
a aceitação forçada do discurso oficial, bem como o de rotular oposição como
discurso de ódio. Na era do politicamente correto, todos nos tornamos, de
alguma maneira, fóbicos e odiosos. Se alguém não concorda como o modo de
pensar ou de agir de outra pessoa, logo é acusado de ter fobia e odiar aquele a
quem se opõe.
Uma demonstração bem clara dessa prática se dá no caso do programa Mais
Médicos. Se você argumenta que o Brasil tem meios alternativos de resolver
os problemas da saúde pública com seus próprios médicos, e, por isso, é contra
a vinda de profissionais cubanos, vão lhe chamar de xenofóbico. Não interessa
que você levante bons argumentos racionais, e que você não tenha nada contra os
cubanos pelo fato de serem de outra nacionalidade. Você se tornou xenofóbico.
Ponto final.
Igualmente, se você é contra determinada ideologia ou partido político,
qualquer coisa que vier a falar contra eles, será denunciado como discurso de
ódio.
É interessante também notar que isso cria uma armadilha para todos os
lados envolvidos no momento que se exterioriza discordância. Veja só um exemplo
que gera discussões acaloradas: quando o cristão defende princípios
conservadores acerca da sexualidade, ele é rotulado de homofóbico.
Ironicamente, a acusação retorna, e os homossexuais são chamados de cristofóbicos.
Trata-se, claramente, de um coletivismo generalizado, que não expressa a
realidade de nenhum dos grupos.
Note bem, basta acrescentar o sufixo fobia e pronto! Está aí a defesa de
tuas ideias. Faça-o de acordo com tua preferência: o importante é dificultar
que a outra pessoa construa argumentos, mesmo que para isso seja necessário
transformar o diálogo em ataque pessoal, fora do campo da razão. Se alguém
tentar argumentar contra uma prática ou uma ideia, não deixe de gritar aos
quatro cantos que aquele discurso é cheio de ódio, e aos olhos de muitos, você
sairá vencedor.
Quando o debate e a expressão são limitados, em vigia constante de uns
sobre os outros acerca do que é certo dizer ou não, sobre quais palavras podem
ser usadas e acerca do que se é permitido pensar, o diálogo, o confronto de
ideias e a dialética tornam-se impossíveis. Instaura-se, assim, uma ditadura
disfarçada e alimentada pelos próprios escravizados.
O que resta é o silêncio: vivemos a tirania do politicamente correto. http://www.vistadireita.com.br/blog/a-tirania-do-politicamente-correto/
VEJA O PRIMEIRO VÍDEO. O SEGUNDO É OPCIONAL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário